17 de maio é uma data significativa na luta contra a discriminação e a violência dirigida à população LGBTIQ+, que inclui lésbicas, gays, bissexuais, trans, intersexuais e pessoas queer. Há mais de uma década, este dia é reconhecido como o Dia Internacional contra todo tipo de ódio e violência contra as pessoas LGBTIQ+. É um momento para refletir sobre os desafios persistentes e celebrar os avanços na proteção dos direitos humanos.
Estamos em um momento global onde as forças conservadoras intensificaram seus mecanismos de administração e controle para promover leis anti-LGBTIQ+ que transformam ativistas e defensores da equidade de gênero em criminosos. Ainda mais crítica é a falta de compromisso institucional e civil para abordar as violências a partir da interseccionalidade de raça, gênero e sexualidade, o que continua a posicionar pessoas negras e diversas nos lugares de maior indignidade.
Para AfroResistance, este dia adquire uma dimensão especial ao centrar a atenção na população LGBTIQ+ negra nas Américas e na diáspora africana. A interseção de raça e orientação sexual ou identidade de gênero cria camadas adicionais de discriminação e violência que devem ser visibilizadas e combatidas.
Desafios da População LGBTIQ+ Negra:
Racismo, Homofobia e Transfobia: A população LGBTIQ+ negra enfrenta uma dupla violência devido ao racismo e à homofobia. Para as pessoas trans, esta situação é ainda mais grave porque enfrentam discriminação por sua orientação sexual, identidade de gênero e raça, resultando em uma tripla violência. Esses preconceitos muitas vezes se manifestam em exclusão social, discriminação no emprego, na educação e violência física e psicológica.
Invisibilidade: A narrativa dominante dentro da população LGBTIQ+ muitas vezes ignora as experiências específicas das pessoas negras, resultando em uma invisibilidade e falta de representação adequada em políticas e recursos.
Acesso a Serviços: As pessoas LGBTIQ+ negras frequentemente encontram barreiras adicionais no acesso a serviços de saúde, apoio legal e outros recursos essenciais, exacerbando as inequidades existentes.
Algumas das Nossas Contribuições na Luta contra a HomoLesBiTransfobia:
Na AfroResistance, temos orgulho do nosso trabalho realizado com a Rede de Mulheres Rompendo Cadeias na Colômbia, um coletivo formado por mulheres negras e afrodescendentes de todas as identidades de gênero que experimentaram o encarceramento. Nossa iniciativa em Cali marcou um precedente ao integrar mulheres trans, mulheres lésbicas e mulheres cisgênero heterossexuais em espaços educativos e de incidência política, nos quais todas pudessem se sentir reconhecidas e libertadas. Esta experiência foi fundamental para forjar vínculos entre mulheres, que anteriormente, não tinham tido a oportunidade de interagir com mulheres com orientações sexuais e identidades de gênero diversas visíveis.
Com orgulho e, sobretudo, reafirmando nossa re-existência, destacamos a liderança de Valerie Summer, nossa coordenadora deste programa na Colômbia. Valerie é uma mulher trans negra e mãe chefe de família, que liderou este processo de educação popular feminista para mulheres previamente encarceradas. Em suas próprias palavras, ela descreve a experiência como:
"Uma oportunidade para provar a mim mesma que outras mulheres podem me reconhecer como líder, mãe e professora, algo que inicialmente temia não ser reconhecida, mas que agora vejo como possível."
Este testemunho evidencia o poder transformador e a capacidade das mulheres trans negras para liderar e enriquecer nossos movimentos com sua fortaleza, re-existência e sabedoria.
AfroResistance e seu Firme Compromisso:
Na AfroResistance, reafirmamos nosso compromisso inquebrantável de combater todo tipo de ódio e violência contra as pessoas negras, incluindo nossas irmãs e irmães LGBTIQ+.
Estamos especialmente orgulhosas de que o segundo princípio da nossa organização seja a Análise de Gênero que prioriza as Mulheres Negras, Meninas Negras e Mulheres Trans. Este princípio sublinha que o reconhecimento da interseção entre raça e gênero é o ponto de partida para todas as nossas ações e análises, reconhecendo que o impacto dos sistemas de opressão nas mulheres e meninas negras e mulheres trans é profundo. Nossa intenção é clara: apontar para a libertação de todas as mulheres e meninas negras. Este compromisso se reflete em cada aspecto do nosso trabalho diário, assim como em nossa constante luta para visibilizar e apoiar os membros mais vulneráveis da nossa comunidade.
Nosso Enfoque Organizativo Inclui:
Visibilização: Destacar as histórias de vida e contribuições da população negra LGBTIQ+ em nossas plataformas e programas, garantindo que suas vozes sejam ouvidas e valorizadas.
Educação e Sensibilização: Proporcionar espaços e recursos educativos que aprofundem na interseção de raça, orientação sexual e identidade de gênero, e fomentar uma maior compreensão e solidariedade entre comunidades.
Apoio Direto: Colaborar estreitamente com organizações locais e regionais para proporcionar apoio direto e eficaz às pessoas LGBTIQ+ negras, garantindo que tenham acesso às ferramentas e recursos necessários para prosperar.
Neste Dia Internacional contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia, reiteramos nossa determinação de continuar lutando por um mundo onde todas as pessoas, independentemente de sua identidade de gênero ou orientação sexual, possam viver livremente e sem medo.
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